É uma verdade inquestionável que a família proporciona o principal agente de mudanças na vida de uma criança. No caso daquelas com Transtorno do Espectro Autista, as relações familiares podem influenciar positivamente seu desenvolvimento, através do estabelecimento de limites, comunicação, ensino de responsabilidades e expressão de afeto, que são comportamentos essenciais para um desenvolvimento saudável.

Uma criança com um transtorno do desenvolvimento, como o Transtorno do Espectro Autista, às vezes pode acarretar dificuldades emocionais e estresse aos pais dessa criança. Receber uma boa orientação e acompanhamento pode fazer toda diferença no bem-estar da família.

Além disso, o Treinamento de Pais é uma ferramenta utilizada para atuar na modificação de problemas comportamentais e emocionais das crianças, e pode ser definida, de um modo simples, como o ensino de comportamentos e estratégias que permitam aos pais descobrirem a melhor forma de interagir com seus filhos. Juntamente com o terapeuta, a família traça os objetivos do tratamento, que podem variar desde diminuição de comportamentos considerados problema da criança ou adolescente, até o aumento de respostas efetivas.

Será que é Autismo?

O diagnóstico de Autismo, longe de servir como rótulo, deve fornecer aos pais as informações necessárias para um bom programa de intervenção. É um momento de conhecer a gravidade do problema, mas também as possibilidades de compensar os déficits do autismo, assim como os perigos dos tratamentos que prometem curas milagrosas e que, via de regra, são prejudiciais à criança. Mesmo difícil, o momento do diagnostico não deve ser adiado. A gravidade e a seriedade do diagnóstico devem ser proporcionais ao apelo para mobilizar nos pais, suas mais nobres qualidades e sentimentos, pois estes serão, sem sombra de dúvida, os mais importantes componentes do plano de tratamento da criança.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) engloba diferentes síndromes marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico com três características fundamentais, que podem manifestar-se em conjunto ou isoladamente. São elas: dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização padrão de comportamento restritivo e repetitivo.

Se o seu filho apresenta algumas dessas características, faça uma avaliação com um profissional com experiência na área.

Lembre-se! O reconhecimento e a intervenção precoce estão associados a um melhor resultado no tratamento.

O autismo vem sendo objeto de estudo da ciência já há décadas, contudo, embora tenha-se feito alguns avanços consideráveis sobre a causa do transtorno, como a descoberta da associação genética em alguns casos, concomitantemente o leque de opções para o tratamento efetivo para o indivíduo autista tem também evoluído e buscado outras formas de acompanhamento além de consultórios e medicações. Visto isto, algumas ofertas de tratamento além das tradicionais (e fundamentais) terapias de psicologia e fonoaudiologia tem-se buscado agrupar, associar em conjunto com atividades na área do Esporte, da Informática ou das Artes.

 De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, existem hoje, no Brasil, cerca de 500 mil de pessoas com autismo o que demanda uma rede de atendimento específico considerando que cada indivíduo desenvolve em um tempo, à sua maneira, entende-se, portanto que não existe uma fórmula mágica, uma regra, uma vez que o desenvolvimento varia de acordo com fatores externos (terapias, esportes, estímulos familiares) e internos. E dentre a gama oferecida dos estímulos externos que cabe ressaltar a musicoterapia pois trata-se de um campo da medicina que utiliza o movimento, o som e a música com o objetivo de abrir canais de comunicação. A musicoterapia facilita, o processo da fala e vocalização, estimulando o processo mental relativamente a aspectos como: compreensão, simbolismo e conceitualização. Regulando o comportamento sensitivo e motor, o qual está frequentemente alterado na pessoa com autismo. Neste sentido, a música com atividade rítmica é efetiva em reduzir comportamentos estereotipados.

            Outra alternativa que contribui no tratamento do autista, é a inclusão no esporte. Um exemplo que demonstra o sucesso da intervenção, vem acontecendo no Rio de Janeiro, através do professor de Educação Física Rodrigo Brívio que usando como viés a ginástica artística, tem estimulado o contato físico, a motricidade, e as formas de comunicação através de gestos e de palmas. Além de obter resultados com a interação social.

            Diante disso, podemos considerar que a alternância de terapias diversificando com áreas como o desporto e as artes, conforme os exemplos expostos acima, contribui para o crescimento e desenvolvimento do ser autista, respeitando particularidades e singularidades de cada um.